Título: Segundo o Livro dos Espíritos
Autor: Carlos A. Baccelli / Irmão José (espírito)
Editora: Didier
Categoria: doutrinário
Edição: primeira (novembro de 2009)
Proposta:
Os autores se propõem a analisar ou comentar algumas perguntas e respostas da obra inaugural do Espiritismo.
Formato:
O livro possui um tamanho médio para ser lido em aproximadamente 4 horas. Sua capa é de muito bom gosto reproduzindo a original. É dividido em 63 pequenos textos onde cada um se inicia por uma pergunta e resposta do Livro dos Espíritos e segue com a análise e os comentários dos autores.
Linguagem:
Embora de Português correto, a linguagem é obscura, confusa e de difícil assimilação. Há contudo alguns trechos mais claros e simples, mas de qualquer forma revelam falta de unidade de estilo. E esta diferença de estilos se dá mesmo em um único texto, de um parágrafo para o outro. Além do estilo, algumas vezes a argumentação se mostra um tanto desconexa e por vezes repetitiva.
Avaliação:
É sempre bom remontar a obra basilar do Espiritismo. Deparando-se com o título deste livro seria de se esperar que a análise e os comentários estivessem de total acordo, ou segundo, o Livro dos Espíritos. Porém, os autores se deixaram levar algumas vezes por novas idéias que não podem ser atribuídas a obra de Kardec. Isto não quer dizer que estas idéias não tenham sua razão de ser e nem tampouco poderiam deixar de ser consideradas como parte do conhecimento espírita. Ou seja, falhou-se apenas em dar a César o que é de César.
Já no primeiro texto os autores apresentam a questão 768 onde o ensinamento é o de que o homem precisa viver em sociedade, mas, vão além, e estipulam que o convívio social também é necessário entre encarnados e desencarnados. Por sua vez, no quinto texto sustentam que a reencarnação pode se dar sobre uma "esfera extrafísica".
Seguindo em frente vemos que no décimo texto os autores passam a idéia de que o perispírito sofre um "inevitável desgate" e pode ficar enfermo. É preciso deixar claro que tal idéia encontra respaldo em outros obras, como as do Chico Xavier, mas no Livro dos Espíritos não. Se esta obra tivesse um outro nome como "Atualizando o Livro dos Espíritos" ou "Segundo o Nosso Lar" então não haveria problema algum... o que não se pode é apoiar em uma coisa pra dizer outra diferente.
Ainda no mesmo texto encontramos a idéia de que Jesus teria tido uma "genética divina". Em outra oportunidade, no texto 18, diz que o "corpo [de Jesus] não esteve sujeito à degradação ... que, com a morte, se putrefazem e se decompõesm". Nos textos 23 e 53 diz que Jesus evoluiu em "linha reta" sem nunca ter praticado o mal. Assim, pretendem ir além do que foi estabelecido no Livro dos Espíritos, ou seja, que Jesus é o nosso melhor modelo, mas que não deixa de ter a mesma origem e o mesmo destino de todos os outros espíritos.
Ainda com relação a Jesus os autores batem na tecla de que há uma "culpa coletiva contraída pela humanidade" por causa do "sacrifício" de Jesus e que precisa ser resgatada por nós (textos 26, 37, e 60). Segundo o Livro dos Espíritos Jesus veio para nos trazer o exemplo, e não o sacrifício... e cada um paga pelas suas próprias falhas, e não pelas dos outros.
Há ainda outros pontos curiosos... para os autores "a genética do corpo espiritual" pode melhorar-se por meio de renascimentos nas "dimensões circunvizinhas ao planeta" (texto 10). No texto 11, os métodos anticonceptivos seriam uma forma de impedir a reencarnação de determinados espíritos para atender ao "expurgo planetário" e coloca o espírito reencarnante na condição de "forçar as portas da reencarnação". No 18 também lemos que "o espírito superior possui anticorpos naturais em seu perispírito que o impedem de sofrer".
Há também problemas conceituais como a definição de erraticidade que para Kardec é a condição dos espíritos desencarnados que ainda precisam reencarnar, mas para os autores mesmos os encarnados são errantes (texto 27). Por uma falha editorial houve uma repetição do tema "Revelações do Passado" (textos 12 e 41).
Por outro lado, há bons textos como o 7 (Doutrina Livre), o 42 (Pontos Importantes em Mediunidade), e o 62 (Acusações e Intenção).
quando Kardec elaborou O Livro dos Espíritos ele se utilizou do princípio da universalidade dos ensinamentos. não se baseou em uma única fonte de informação mediúnica. seria essa atualização baseada no mesmo método?
ResponderExcluirse o corpo de Jesus teve uma genética privilegiada, feriu-se, então, dois princípios: o da justiça por exercitar um privilégio e a própria declaração de Jesus quando Ele disse que havia vindo cumprir a Lei e não alterá-la. Uma genética diferente é cumprir a Lei?
ResponderExcluira culpa coletiva é um retorno ao paraíso perdido por Adão e Eva quando comeram a tal da maçã tentados por uma cobra que andava de pé. estaremos todos em um planeta de provas e expiação devido a essa culpa?
ResponderExcluirse a anticoncepção é um método para purificar o planeta, a utilização do DIU, da pílula do dia seguinte e a mais atual ""ellaOne" que pode ser ingerida até o quinto dia pós relação, não podem ser questionados como métodos abortivos e sim benéficos?
ResponderExcluirse os Espíritos Superiores possuem anticorpos naturais que os impedem de sofrer, porque Jesus teria chorado no Monte das Oliveiras?
ResponderExcluirA obra de Baccelli não é confiável para quem leu a série "Dr. Inácio Ferreira", cujas análises ponho à disposição de quem me solicitar: passinijose@yahoo.com.br
ResponderExcluirJosé Passini - Juiz de Fora MG
Que pena, Vital, mas que pena mesmo ver você se enveredar por este caminho. Você não entendeu o que leu, e daquilo que julga ter entendido não consegue comunicar com clareza. Obscura, portanto, é a sua anpálise e não o livro do Irmão José.
ResponderExcluirO amigo poderia "clarificar" o que chama de caminho??? Caminho da análise crítica? Caminho da postura questionadora de Karcec? Caminho da busca por referências na Codificação?
ExcluirParabenizo o Vital Cruvinel, bem como o José Passini, pela dedicação e coragem de prestarem esse belo serviço aos estudiosos da Doutrina Espírita!
Obrigado pelo apoio, Eduardo!
ExcluirVolte sempre!
Oi, Baracat!
ResponderExcluirTentei fazer o meu melhor sendo o mais justo possível. Talvez se eu tivesse transcrito algumas passagens ficasse um pouco menos obscura a minha análise.
Abraço e obrigado pela crítica!
Concordo plenamente com o prof. José Passini, cujas excelentes análises, todas muito bem fundamentadas, contribuem para iluminar e "acordar" as mentes dos espíritas menos avisados e descomprometidos com a causa que dizem abraçar.
ResponderExcluirA maioria das pessoas que lê e se compraz nesses livros de natureza duvidosa, ou seja, descutivel, nem ao menos leram dez livros de Chico Xavier, nem ao menos leram dez vezes as obras básicas de Kardec (pois é o mínimo), nem ao menos leram uma vez Leon Denis, Gabriel Delanne, Divaldo Franco, Therezinha Oliveira, velho testamento, novo testamento, e muitos outros que poderiam servir de base doutrinária.
ResponderExcluirEheh, Renan... nestas condições não entram nem 0,1% dos espíritas.
ResponderExcluirParabéns pela analise. O que esses autores, como o Bacceli, fazem é a analise do livro dos espiritos a luz de André Luis e Roustaing. Em vez de fazer uma analise de André Luis e Routaing a luz do Espiritismo. Triste isso, mas é bom para exercitarmos a razão e o discernimento doutrinário.
ResponderExcluirValeu, Tadeu! Obrigado pelo comentário!
ResponderExcluirPara aqueles que querem conhecer a Doutrina Espírita, precisa estudar as obras da Codificação Espírita. É necessário estudar e buscar realmente a verdade, conforme fez Kardec. E que "vejam aqueles que tem olhos de ver". Vital está de parabéns por estas análises tão bem colocadas. Siga em frente meu irmão.
ResponderExcluirObrigado pelo apoio, Rosi!
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