Título: O Morro do Vigia
Autor: Luiz Vaz
Editora: Scortecci
Divulgação: www.omorrodovigia.com.br
Categoria: ficção
Edição: primeira (2009)
Proposta:
Levantar pontos importantes acerca de nossa realidade espiritual e estimular a reflexão sobre o problema ambiental.
Formato:
Livro grande com mais de 300 páginas (mais ou menos umas 12 horas de leitura) distribuídas em 20 partes. Cada parte é dividida em duas: a estória contada no presente e no passado.
Linguagem:
Linguagem clara e elegante. Português correto. Descrição envolvente dos cenários e das personagens. Diálogos verossímeis e agradáveis.
Avaliação:
Estória muito bem contada com bom entrelaçamento entre as personagens, as datas, e os cenários. Particularmente, muito inteligente as idas e vindas no tempo com as lembranças do passado da personagem principal. Tal maneira de contar a estória induz o leitor a fazer constantes associações entre o passado e o presente assimilando melhor o enredo.
O autor aborda com leveza todos os principais pontos relacionados à nossa realidade espiritual. Fala sobre imortalidade, Deus, reencarnação, desdobramento, evolução, entre outros. Ao mesmo tempo, é profundo nas reflexões demonstrando muita sabedoria.
A questão ambiental é o tema central da obra e é colocada com propriedade pelo autor. Não há como ficar indiferente a ela pois o autor consegue demonstrar bem as ligações entre a nossa evolução e a do planeta.
Possui ainda a desejável liberdade em divagar sobre temas ainda não tão bem estabelecidos. Apresenta propostas racionais para solução de alguns questionamentos sobre a formação da vida. Respeita igualmente as propostas alheias sobretudo aquelas ligadas a religiosidade.
Para dar um "sabor" especial a leitura o autor oferece uma intrincada trama policial que prende a atenção do leitor e dá muito prazer.
Enfim, é um livro muito honesto com a própria proposta de oferecer elementos para a reflexão e não propriamente convencer o leitor de suas "verdades". O espírito investigativo e de observação emprestados às personagens revelam a natureza deste trabalho.
Discussão:
Há muitos pontos para discussão no livro e isto é claramente um desejo do autor. Seguem alguns trechos:
Pag. 20: "E depois, se não existir nada após a morte, não poderei constatar e lamentar isso, pois estarei morto, entende? É isso que gostaria que você compreendesse: nós não perdemos nada acreditando na continuidade da vida após a morte física, apenas ganhamos uma vida mais feliz."
Pag. 46: "Não posso dizer que eu tenha uma religião, mas isso não quer dizer que eu não acredite em Deus. Simpatizo muito com o Espiritismo, mas, para falar a verdade, nem sei se ele pode ser considerado uma religião."
Pag. 63: "... quando formamos uma concepção de mundo e esta nos deixa em paz com a nossa consciência, tendemos a repelir tudo o que possa ir contra ela. É uma atitude defensiva usada para proteger o equilíbrio mental."
Pag. 80: "Sempre foi uma dificuldade para o Espiritismo dar continuidade a pesquisa de Kardec, mesmo ele próprio tendo incentivado a continuidade dos estudos;"
Pag. 99: "Esse sempre foi um assunto controvertido [seres de outros planetas]. Existem pessoas que acreditam que Kardec se referia apenas à habitação de espíritos não encarnados, apesar de ele não ter deixado isto muito claro em suas anotações, e também existem os que acham que as comunicações devem ter tido algum componente anímico, o que teria induzido Kardec ao erro."
Pag. 115: "Todos os pensamentos dos espíritos, encarnados ou não, vagam pelo espaço, da mesma forma que as ondas eletromagnéticas dos milhões de celuares, ..."
Pag. 129: "Subir pela atmosfera não é tão fácil assim. Eu [espírito] subo, sem problemas, até certo ponto, depois não consigo mais."
Pag. 207: "A distância também é um obstáculo para nós [espíritos]"
Pag. 212: "A força da gravidade é uma das forças mais misteriosas da natureza e nós [espíritos] não estamos imunes a ela"
Pag. 226: "É porque estamos assistindo o nascimento de um novo espírito, pois ela foi gerada sem ter em si um espírito reencarnante."
Pag. 287: "... tudo o que vai contra a construtividade e a estabilidade tende a perder espaço para o que é construtivo e estável. (...) As boas ações sempre possuem componentes construtivos."
Pag. 313: "Deus são os próprios dados. Ninguém precisa jogá-los. Eu ainda me arriscaria a dizer que os seres humanos podem também se considerar como pequenos dados que participam desse jogo universal."
Lí p livro sem parar ótimo e envolvente e o melhor que eu estava no local da narrativa, praia do peró.
ResponderExcluirLuiz não sei quem, pois não estava presente no dia em que deixaram um exemplar, aliás vários exemplares no meu quiosque na praia das conchas, ao qual um destes endereçado a mim desejando uma boa leitura, Quero aproveitar o canal para agradecer e dizer que é uma obra espetacular, muito esclarecedora e que amei a trama, intelectualíssima. Donfona quiosque 16 Praia das Conchas
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