domingo, 17 de abril de 2011

Reencarnação - É possível provar

Título: Reencarnação - É possível provar

Autor: Gerson Simões Monteiro

Editora: Novo Ser

Categoria: estudo

Edição: primeira (2011)

Proposta:
Convencer o leitor de que a reencarnação já está provada. Para tanto apóia-se na exposição de fatos e histórias, de narrativas bíblicas, e de idéias sobre a justiça da reencarnação.

Formato:
Tamanho pequeno para uma leitura bem rápida de mais ou menos duas horas. Possui um projeto gráfico bonito com ilustrações e fotos a cada um dos 28 capítulos.

Linguagem:
Simples, sem formalidades, e um pouco repetitiva. É também mais expositiva do que argumentativa.

Avaliação:
É um livro de conteúdo superficial. Pode ser lido por pessoas pouco familiarizadas com o Espiritismo e que queiram ter uma idéia básica da reencarnação. O autor se concentra em buscar argumentos no Evangelho, em histórias de meninos prodígio, em lembranças de vidas passadas, e em revelações dos espíritos.

Estes argumentos estão dispersos no livro de tal forma que não há uma sequência lógica eficiente. Talvez a intenção do autor fosse a de deixar a leitura o menos cansativa possível.

Há muitos textos repetitivos. Por exemplo, as estórias de meninos prodígio aparecem em pelo menos sete capítulos. E em nenhum deles o autor apresenta um estudo sobre as possíveis hipóteses para o fenômeno. Apenas contenta-se em afirmar que a genialidade só é possível pela hipótese reencarnacionista.

Os relatos de lembranças de vidas passadas também são superficiais, mas sugerem de forma mais convincente sobre a possibilidade da reencarnação. Por sua vez, as informações espirituais relatadas são as menos convincentes.

A impressão geral é a de um conjunto de artigos simples para divulgação para o público leigo. Ou seja, vale a pena ser lido por quem ainda não teve nenhum contato com a idéia da reencarnação.

Discussão:
Seguem abaixo algumas passagens:

Página 10 da Apresentação:
Eis por que aqueles que hoje levam a miséria a muitos dos seus irmãos em humanidade voltarão à Terra em condições de extrema pobreza. Aqueles que tiraram a vida de seus semelhantes reencarnarão amanhã, exibindo as chagas da hanseníase ou experimentando as dores do câncer.
Visão muito determinista e pouco responsável. Não é razoável relacionar deterministicamente uma dada doença com um dado crime. As possibilidades são várias.

Página 29 do capítulo Existe explicação para a genialidade de Mozart:
Sem a reencarnação, não há como explicar a precocidade musical de Mozart e de tantas outras crianças relacionadas por Gabriel Delanne, além de sábios, pintores, poetas e literatos.
Outras explicações existem sim! Se são mais convincentes ou não aí já é outra estória.

Página 40 e 42 do capítulo Os resgates coletivos:
É lógico que os espíritos desses guerreiros sanguinários, ao reencarnarem na Terra, em novos corpos, são atraídos por uma força magnética pelos crimes praticados coletivamente, reunindo-se em determinadas circunstâncias, para sofrerem "na pele", por meio de uma catástrofe, como a que aconteceu no Paquistão, o mesmo mal que fizeram às suas vítimas indefesas de ontem. (pag 40)
A propósito, há um ditado popular que diz: - "Aqui se faz e aqui se paga", e nós dizemos: "Aqui se faz e aqui se repara". (pag 42)
A idéia do Deus vingativo do "olho por olho, dente por dente" não deveria ter mais espaço dentro do Espiritismo. A reparação de um crime não se faz com punição.

Página 82 do capítulo Aos dois anos de idade já sabia ler e escrever:
Antes de tudo, é preciso esclarecer que a Doutrina Espírita prova com evidências irrecusáveis que a inteligência é um atributo do espírito.
Menos! Irrecusável é uma palavra muito forte. O corpo humano, que é a ferramenta do espírito, pode ser um entrave ou um potencializador da inteligência.

Página 87 do capítulo A tragédia do circo de Niterói:
E isso foi o que aconteceu no incêndio do circo, quando a Justiça Divina, através da reencarnação, reaproximou os responsáveis em diversas posições da idade física para dolorosa expiação, libertando suas consciências das culpas passadas.
Primeiro: a participação numa determinada sessão de circo é totalmente casual. Segundo: um momento de dor não apaga facilmente a culpa em nossas consciências.

9 comentários:

  1. É interessante como algumas pessoas, participantes ativos do movimento espírita, as vezes se sentem tão seguras que nem se importam de usar um pouco de auto-crítica. Parece que essas pessoas tem necessidade de escrever, talvez com a intenção de obter algum destaque; e a verdade é que normalmente conseguem. O movimento está sempre aberto para incensar "escritores" com convites para palestras e participação em eventos. Mas se aparece alguém com um tema realmente importante, apresentado de maneira lógica e profunda, e que vá no sentido contrário das crenças, então o público fica logo entediado.

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  2. Ola Vital
    Eu não entendi seu comentário na forma das últimas frases: 'a participação numa determinada sessão de circo é totalmente casual' e 'um momento de dor não apaga facilmente a culpa de nossas consciências'. Por favor, não me leve a mal, mas é que entendo que a 'casualidade' em um evento desses esconde condições ou efeitos que não apreciamos com suficiente entendimento. O grando filósofo David Hume dizia que o acaso não existe e esse é o ponto principal. Eventos considerados casuais são na verdade eventos planejados com antecedência segundo leis que não conhecemos. A DE apenas afirma que tais efeitos ocorrem sem especificar como. Com relação a questão do momento de dor, acho que o objetivo não é 'apagar a culpa das consciências' como vc coloca. De resto vc tem razão em criticar a maneira como é interpretada a lei de ação e reação por esse tipo de literatura. Gostaria de sugerir a vc a crítica de 2 livros clássicos sobre reencarnação recentemente editados no Brasil: 'Reencarnação, 20 casos' e 'Casos europeus' por I. Stevenson pela Ed. Vida e Consciencia. A dificuldade em se explicar sem a idéia da reencarnação os casos estudados por Stevenson deve ser considerada antes de se tentar 'explicar' esses fenômenos por multiplas teorias.

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    1. Concordo,o acaso não existe ou vc esta indo contra Kardek?!

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  3. @Ivomar

    Concordo com você. Normalmente o estudo aprofundado e crítico não satisfaz o leitor comum. Este deseja apenas reforçar o que já aprendeu.

    @Ademir

    Por acaso estou nas últimas páginas do "Reencarnação: Vinte Casos" e devo publicar a análise no dia 15 de maio. Adianto que achei muito bom.
    Com todo o respeito não consigo admitir a possibilidade de que haja um planejamento de anos para que dezenas de pessoas se encontrem num circo.
    Quanto a questão do momento de dor e da culpa acho que talvez eu tenha me expressado mal. Na verdade, estou criticando o autor por justamente ter dito que "a dolorosa expiação [liberta] suas consciências das culpas passadas".

    Abraços aos dois!

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  4. Obrigado, Juliano!

    Seu elogio nos deixa muito satisfeitos.

    Abraço!

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  5. gerson simões monteiro29 de maio de 2011 às 17:12

    caro irmão em deus eu não mim digo que sou espírita mais creio no mundo deles pois eu vejo cada um e falo com eles não todas as horas mais sim quando estou querendo ajuda uma criatura que esta perturbando um em cara-nado pois trabalhei incorporada com um espírito no centro espírita mais quando este espírito viu uma pessoa pedindo dinheiro em seu nome ele terminou todo o trabalho nesta casa espírita.pergunto ate quando as pessoas vão fazer isto com os espíritos.o meu nome e tereza cristina moro em camaradibe pe.

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  6. Oi, Tereza Cristina!

    Obrigado por compartilhar sua experiência mediúnica conosco.

    Eu também ficaria muito aborrecido se alguém pedisse dinheiro em meu nome.

    Abraço!

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  7. É possível analisar o livro " O que a Bíblia não fala sobre Jesus" , de Gerson Simões Monteiro?

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