Título: O Espiritismo segundo a Bíblia
Autor: José Reis Chaves
Editora: Chico Xavier
Categoria: doutrinário
Edição: primeira (maio 2011)
Proposta:
Demonstrar que a Bíblia explica a teoria espírita.
Formato:
Tamanho médio que pode ser lido em umas cinco horas. Possui mais de 200 páginas distribuídas em 68 pequenos artigos que foram publicados nos útlimos anos.
Linguagem:
Em geral, linguagem clara e objetiva. Por outro lado, em algumas partes há um excesso de informação desnecessária e, em outras, falta informação necessária para a compreensão dos textos.
Avaliação:
O primeiro ponto a ser destacado é que a proposta da Bíblia explicar o Espiritismo é bastante ousada na medida em que o Espiritismo, como corpo teórico, é bem posterior aos textos bíblicos. De certa forma o autor consegue levantar algumas explicações, mas ao longo do texto o próprio autor apresenta elementos que fazem da Bíblia um repositório de informações não confiáveis.
Assim, é curioso como o autor defende a Bíblia como um produto de veneração e ao mesmo tempo aponta problemas de tradução, de interpretação, e mesmo de ideias transmitidas. Diz que é um seguidor da Bíblia por ela ser inspirada pelos espíritos, defende o estudo bíblico nas escolas, mas também quer que ela seja interpretada por todos conforme os ensinamentos espíritas.
O autor demonstra no livro um forte desejo de reformar toda a cristandade e sua Igreja. Além de parecer pretensiosa esta ideia vai contra o respeito àquele que pensa diferente, que interpreta os textos bíblicos de forma diferente. Os espíritas passaram (ou passam) uns maus bocados com cristãos que condenaram (ou condenam) as interpretações espíritas da Bíblia. Seremos nós, agora, que insistiremos que os cristãos pensem como nós?
Esta posição reformista também é refletida na avaliação moral que o autor faz sobre os movimentos religiosos. Em diversos pontos enaltece ingenuamente o movimento espírita enquanto desce a lenha nos movimentos católicos e evangélicos.
A construção de um livro a partir da coletânea de pequenos artigos não é algo ruim em si mesmo. Mas, é preciso fazer uma seleção muito cuidadosa para que não haja repetição demasiada de ideias. Mas esta preocupação passou longe deste livro pois o leitor a cada artigo fará a pergunta: "eu já não li isso?"
Paradoxalmente a repetição desmesurada das ideias não contribui para um aprofundamento delas. Isto é, as ideias são lançadas de forma muito superficial próprias para artigos de jornal, mas não para um livro que se propõe ser uma referência na defesa de uma interpretação bíblica e espírita.
Vital
ResponderExcluirNo seu comentário abaixo:
"O autor demonstra no livro um forte desejo de reformar toda a cristandade e sua Igreja. Além de parecer pretensiosa esta ideia vai contra o respeito àquele que pensa diferente, que interpreta os textos bíblicos de forma diferente"
Realmente, acho que todos concordamos que a Bíblia é um livro ininteligível e, por isso mesmo, tanto faz qual a interpretação que se lhe dê. Mas... mesmo assim, sabemos que tudo o que está escrito nela teve um começo e foi alterado ao longo das eras.
Sempre tive a forte impressão que esse começo seria melhor compreendido através da revelação dos Espíritos, mas vejo que vc sequer aceita isso.
Assim, tudo fica muito relativo, o relativismo é realmente a doutrina da moda e me espanta em ver isso mesmo entre aqueles que se dizem espíritas.
Forte abraço,
Ademir
eradoespirito.blogspot.com
Oi, Ademir!
ResponderExcluirMas quem pode garantir que o começo da Biblia também não estava cheio de contradições e equívocos?
Abraço!
Vital
ResponderExcluirNão foi isso que quis dizer. Obviamente, é sempre fácil achar que existe contradição e equivoco em qualquer documento antigo, ainda mais um como a Bíblia.
O objetivo da ciência histórica é justamente esclarecer fontes possivelmente históricas para a origem do texto e não simplesmente descartar como equívocos ou alucinações históricas.
Abração,
Ademir
Oi, Ademir!
ResponderExcluirAinda que tivéssemos os originais bíblicos a simples reunião de vários livros escritos por diferentes pessoas e em várias épocas já é fonte potencial para contradições.
Abraço!