sábado, 21 de agosto de 2010

Um Olhar sobre a Honestidade

Título: Um Olhar sobre a Honestidade

Autor: Donizete Pinheiro

Editora: EME

Categoria: estudo

Edição: primeira (julho de 2010)

Proposta:
Abordar aspectos ligados ao tema da honestidade apresentando exemplos para a reflexão e estímulo de como vivenciar a honestidade.

Formato:
Tamanho médio para uma leitura rápida de 3 horas. É composto por 50 pequenos capítulos. Cada um deles explora um ponto de vista da honestidade e apresenta no início um pensamento para reflexão.

Linguagem:
Linguagem clara, simples, parágrafos curtos e objetivos. Utiliza exemplos que facilitam o entendimento.

Avaliação:
O destaque desta obra é a abordagem objetiva de um tema extremamente relevante para a conduta das pessoas. A honestidade pode até ser ignorada pelos mais relapsos, mas ela se apresenta em quase todas as ações do dia a dia como bem mostra o autor.

A estrutura dos capítulos estimula de início uma reflexão e a desenvolve na medida em que o autor apresenta vários exemplos reforçando a idéia que ele pretende passar. A manutenção desta estrutura em quase todos os capítulos e os textos curtos facilitam a vida do leitor tornando a leitura mais prazerosa.

Você pode até não concordar com uma ou outra avaliação do autor do que seja honestidade, mas não passará sem pensar sobre elas. Aliás, foi o meu caso como vocês poderão observar nos pontos de discussão abaixo.

Discussão:
Na página 31 do capítulo Sinceridade o autor inicia com o seguinte pensamento de Chico Xavier:
A verdade que fere é pior do que a mentira que consola.

Não sei quando Chico disse esta frase, mas ela permite aceitar que algumas das cartas consoladoras podem não ser a expressão da verdade. Por exemplo, será que o Chico transmitiria para a mãe de um filho suicida que ele não estaria bem no mundo espiritual?

Na página 36 do capítulo Raízes da Honestidade o autor escreve:
Tudo indica que estamos sujeitos a uma lei de progresso, que nos impulsiona sempre para frente. O honesto não pode se tornar desonesto, o paciente não perde a paciência, o bom não se torna mau.

A observação das ações humanas parecem desmentir esta afirmação. O ser humano é, às vezes, uma metamorfose ambulante como diria o irreverente "maluco beleza".

Na página 68 do capítulo Pequenas Desonestidades o autor escreve:
Quem subtrai mercadorias de pequeno valor de supermercado é considerado ladrão igualmente àquele que arromba um banco.

Embora, conceitualmente, o autor não esteja equivocado, ele deveria, a meu ver, diferenciar as ações pela intenção e pelo grau dos prejuízos do crime. É preciso observar ainda as circunstâncias.

Na página 96 do capítulo Sexo o autor escreve como exemplo de desonestidade:
Os profissionais do sexo, homem ou mulher, vendem seus corpos para sobreviver. Aprendem a fingir prazer e orgasmo que agrade ao freguês, para que retorne em outras oportunidades.

Em minha opinião, não há desonestidade nisso... quem procura por esse serviço sabe que o profissional vai fingir o orgasmo.

Na página 108 do capítulo Maus Exemplos o autor escreve:
Che Guevara é venerado por muitos e sua imagem é um ícone, mas se tratava de um guerrilheiro.

Pessoas não são perfeitas, possuem defeitos e qualidades. Quando algumas qualidades sobressaem a pessoa se torna venerável. Ademais, as intenções devem prevalecer sobre os rótulos.

Na página 146 do capítulo Mídia o autor escreve:
Pecam também os veículos de comunicação que adotam ideologias políticas e tornam-se instrumentos de combate a governos e partidos, sendo parciais e não tendo qualquer compromisso com a verdade dos fatos.

Não necessariamente! O que está errado é manipular a informação, assassinar reputações. É mesmo preferível que um veículo de comunicação deixe claro qual é sua ideologia política. Isto sim é ser honesto, porque todos tem uma ideologia.

2 comentários:

  1. "Tudo indica que estamos sujeitos a uma lei de progresso, que nos impulsiona sempre para frente. O honesto não pode se tornar desonesto, o paciente não perde a paciência, o bom não se torna mau."

    Aqui parece que o autor tem uma visão de perfeição. Não considere ele que somos ainda muito imperfeitos e que lutaremos muito para estabilizar nossas ações. Assim, recaidas são normais.

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  2. Exatamente, Ivomar!

    Ser humano é ser assim... uma hora você acerta, outra hora você erra... e não é por causa de um erro hoje que você deixa de ter acertado ontem.

    Abraço e obrigado pelo comentário!

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