Autor: Dolores Bacelar, Alfredo (espírito)
Editora: Correio Fraterno
Categoria: romance
Edição: décima oitava (janeiro de 2010)
Proposta:
História clássica dos romances mediúnicos envolvendo personagens que voltam para resgatar débitos vividos em outras vidas.
Formato:
Volumoso pra ser lido em mais de 15 horas. Mas está bem distribuído em 37 cenas ou capítulos.
Linguagem:
Linguagem clara, envolvente, precisa. Belas descrições das personagens e dos cenários.
Avaliação:
Romance mediúnico tem que ser em primeiro lugar um bom romance, uma boa estória que emociona, que traz prazer na leitura. E é o caso desta bela obra. É claro que as questões espirituais permeiam o enredo, mas são colocadas em geral de tal forma que os diálogos e as cenas ficam naturais.
Embora o texto seja muito longo ele não é repetitivo. Os capítulos são bem delimitados e diferentes entre si, contribuindo para cativar o leitor na sua leitura até o final.
Os autores focam acertadamente nos valores humanos explorando bem as personagens da estória. Mas nem só de textos elevados o livro contém, há ainda espaço para o bom humor e boas tiradas, especialmente com a personagem de um padre.
Discussão:
Na página 34 do capítulo A Casa do Jardineiro os autores desenvolvem o conceito do mal:
... o mal não existe. Isso que definimos assim são erros que cometemos por ignorância e atraso espiritual. A maldade é um estado passageiro da alma, ...
Na página 99 do capítulo O Sonho os autores escrevem:
Acontece, às vezes, que as cenas só poderão ser vistas, num prisma diferente do tempo: em vez de chegarem num sentido crescente, elas chegam pelo inverso, decrescendo... Assim, poderá notar primeiro a crucificação de Cristo para depois ver o seu advento. É assunto muito complexo este; não podemos distendê-lo, por hora.Vixe! Que viagem!!! Ainda bem que os autores preferiram parar por aí... eheh!!!
Na página 122 do capítulo O Lobo e o Pastor os autores escrevem:
__ O Espiritismo não é religião, apenas...Poderia ter evitado este discurso meio prepotente.
__ Que é mais ainda?
__ É ciência, uma grande ciência a estudar. Um dia ela há de suplantar todas as demais ciências.
Na página 192 do capítulo Pergaminho os autores escrevem:
[o espírito Joceline] Encontrou em seus dons mediúnicos os meios para materializar-se e apresentou-se diante do senhor como se viva estivesse. Porém ao sentir a sua dúvida, desapareceu, levando o pergaminho, como prova de sua existência interplanetária.Neste trecho chama a atenção algumas coisas. Aparentemente, o espírito poderia materializar-se sem a presença de um médium fornecendo ectoplasma. Pode ainda desmaterializar ou sumir com objetos. E parece que existia a idéia de que o espírito estaria morando em outro planeta... hoje se fala em outro plano ou dimensão.
Na página 210 do capítulo Ainda o Ajuste de Contas os autores escrevem:
__ Porque, meu filho, quem com ferro fere com ferro será ferido - respondeu o ancião sorrindo tristemente.Embora a frase esteja dentro do contexto da estória, ela revela uma forma de pensar muito determinista que hoje em dia os espíritas estão deixando de lado.
Nas páginas 226 e 227 do capítulo O Esclarecimento os autores apresentam pontos interessantes para discussão:
O processo evolutivo humano ou terrestre se dá nos quatro reinos da natureza: no mineral, no vegetal, no animal e humano.
(...)
Se fracassam, novas energias lhe serão ministradas, no espaço, energias essas que são verdadeiros tônicos, os quais lhes darão ânimo para voltarem ao "laboratório" e iniciar uma nova experiência.
Na página 227 do capítulo O Esclarecimento os autores escrevem:
Assim como há Espíritos que já passaram pela Terra e continuam em outros planos mais elevados para sua evolução, ainda existem muitos em estado pralaico, que terminaram seu ciclo pelo reino animal, vindos da cadeia lunar, e somente agora estão em preparo para ingressar no Reino Humano.Não há consistência nesta argumentação uma vez que todos os espíritos terrestres precisam reencarnar e a estimativa para o número de crianças nascidas em todos os tempos gira em torno de 120 bilhões. Assim, daria uma média de apenas 2 encarnações por espírito.
(...)
__ O número de espíritos atual, no gênero humano, é de 60 bilhões, tendendo sempre a aumentar com o ingresso de novos espíritos vindos após o término da ronda lunar. Ora, como a população de seu planeta é de 2 bilhões mais ou menos, fica um débito a favor dos que nascem de perto de 58 bilhões de espíritos...
E essa estória de espíritos de animais vindos da cadeia lunar já ficou ultrapassada. Acho que ninguém fala mais nisso... ou fala?
JA LI OTIMO
ResponderExcluirÉ UM ROMANCE QUE FALA DO AMOR PURO, DA REENCARNAÇÃO, DA FECICIDADE ETERNA, LINDO
ResponderExcluirUm dos melhores livros espíritas que já li! Realmente ele traz algumas revelações que nosso cérebro terreno não consegue compreender. Essa história do ciclo lunar mexeu comigo. Abraços, Renato
ResponderExcluirValeu, Renato! Eu também não consegui entender esta estória do ciclo lunar. E suspeito que nunca vou conseguir. Abraço!
ResponderExcluirabriu minha mente e senti como se estivesse vivendo lá como um dos personagens,mas qual seria??!!,li e reli várias vezes.
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