Autores: Wanda A. Canutti e Eça de Queirós (espírito)
Editora: EME
Categoria: romance doutrinário
Edição: primeira (junho de 2009)
Proposta:
Através de um romance envolvendo personagens que se reencontram em diferentes encarnações os autores buscam transmitir conhecimentos doutrinários do Espiritismo.
Enredo:
Basicamente, é a estória de um grupo de espíritos que vão passando por diferentes encarnações e diferentes papéis resgatando faltas ocorridas no passado.
Formato:
O livro possui um tamanho médio contendo aproximadamente 70 mil palavras (ou 7 horas de leitura). Seu conteúdo está bem distribuído em dezessete capítulos.
Linguagem:
A linguagem empregada pelos autores é simples e clara tornando fácil a sua leitura. A narração da estória é feita de forma leve e sem rodeios. Ela chega a ser mesmo um pouco apagada e sem emoção.
Avaliação:
No aspecto doutrinário a obra se sai relativamente bem abordando pontos relevantes como a obsessão, a lei de causa e efeito, e a afinidade entre os espíritos. Não o faz de forma aprofundada, mas o faz de forma correta ou de acordo com os preceitos doutrinários.
Há um ponto, contudo, que poderia ter sido melhor desenvolvido, o processo de obsessão tendo por apoio uma pessoa encarnada. A estória sugere que a personagem Ana Maria (encarnada) usa a força do pensamento para auxiliar espíritos (desencarnados) no processo obsessivo de sua própria família, mas não esclarece como isso se dá.
Em relação a linguagem destaca-se a simplicidade e a clareza dos textos. Por outro lado, falta emoção às palavras e a estória fica um pouco "morna". Veja, por exemplo, o diálogo sobre o nascimento da protagonista:
Quando tudo estava consumado, Marta perguntou à senhora que a atendeu:
__ É um outro menino? Ele é forte e perfeito?
__ É forte e perfeito o seu bebê, mas não é outro menino. Desta vez nasceu-lhe uma menina!
__ Uma menina! - exclamou ela, demonstrando alegria, por lembrar-se do desejo do marido.
__ Sim, uma menina! Uma bela menina!
__ Muito obrigada pelo que fez por mim. Não fosse a senhora não sei como teria sido.
__ Você é forte e saudável e por ser sempre muito ativa, seus filhos não têm dificuldade para nascer.
Este livro chama a atenção ainda pelo autor famoso, o português Eça de Queirós. Por conta disto, convém fazer alguma comparação com a sua obra em vida. É claro que para tanto seria necessário um conhecimento de um especialista em literatura, mas de um modo geral se observa que o estilo literário não é mais o mesmo. O colorido dos textos, as narrações dos detalhes, a emoção das palavras não são mais observados nesta obra.
Olá Vital ! Análise objetiva e clara! As obras espíritas só tem a ganhar com esse tipo de olhar.
ResponderExcluirNão li este livro, mas gostaria de saber se, em algum lugar da obra, a médium explica de que forma ela identificou o Eça de Queiroz como o autor espiritual.
Abraço!
Oi, Paul!
ResponderExcluirInfelizmente, não há detalhes sobre a identificação do autor espiritual. Sei que existem outros livros do mesmo autor como Getúlio Vargas em Dois Mundos. Talvez neste livro haja alguma coisa... vou pesquisar!
Abraço!