sexta-feira, 15 de maio de 2009

Amai-vos e Instruí-vos


Título: Amai-vos e Instruí-vos

Autores: Carlos A. Baccelli e Inácio Ferreira (espírito)

Editora: LEEPP

Categoria: romance

Edição: primeira (fevereiro de 2009)

Formato:
O livro está editado num tamanho médio e possui 295 páginas distribuídas em 40 capítulos. Embora sejam bem distribuídos em termos de número de páginas, estes capítulos nem sempre separam partes da estória. Talvez, uma divisão em capítulos e sub-capítulos seria mais adequada. Destaca-se também a falta de títulos para os capítulos.

Enredo:
Os autores contam a própria estória narrada pelo autor espiritual. Em sua maior parte a estória se passa no consultório do autor onde ele atende vários pacientes com diferentes problemas. Também faz uma visita a um lar para educação de crianças e participa de um simpósio em comemoração aos 150 anos do Livro dos Espíritos.

Linguagem:
Praticamente toda a estória é contada na forma de diálogos entre os personagens ou entre o autor e o leitor (narração em primeira pessoa). Por conta disto, a linguagem é bastante coloquial e, às vezes, vulgar. Ao mesmo tempo, o autor usa em determinados momentos uma linguagem mais rebuscada utilizando palavras pouco comuns e de difícil compreensão.

Proposta:
A proposta principal do livro é a de apresentar uma realidade espiritual desconhecida para a maioria dos espíritas. E esta seria muito mais próxima da realidade material do que se supõe. Também tem o propósito de destacar o papel de Chico Xavier para o Espiritismo e combater a elitização do movimento espírita.

Avaliação:
A obra é bastante curiosa pois apresenta conceitos pouco comuns ao conhecimento espírita. E em algumas ocasiões os próprios autores fazem questão de colocá-los desta forma, isto é, como sendo conhecimentos não difundidos no meio espírita. Ainda assim não acrescenta algo de substancial para o leitor uma vez que estes conceitos não são muito bem explicados. Por exemplo, fala-se em reencarnação no plano espiritual mas não se explica como isto se daria.

A linguagem do autor espiritual é algumas vezes muito vulgar e o atendimento aos pacientes é feito de forma rude e, por isso, muito discutível. Aparentemente há uma contradição na proposta do amor ao próximo com a prática do médico espiritual.

A obra procura ser polêmica na medida em que apresenta várias passagens curiosas e discutíveis. E também demonstra um confronto com setores do movimento espírita ao acusá-los de elitistas e ao se defender das acusações de misticismo.

Passagens curiosas e discutíveis:
"há espíritas que descreem do comunicado de Zéfiro ... quando do anúncio de seu breve retorno à Terra ... - contestam a superioridade de Zéfiro ..." (pág 27)
Os autores rejeitam a argumentação de que o espírito Zéfiro não seria superior. Mas, o próprio Kardec teria afirmado isto em Obras Póstumas.

"Como Newton, que enxergara uma lei - a da gravidade - na queda de uma maçã, Kardec, nas mesas que levitavam, vislumbrou o Espiritismo" (pág 28)
A comparação entre a maçã de Newton e as mesas girantes de Kardec pode parecer interessante, mas não é justa uma vez que a estória da maçã é apenas uma fantasia e as mesas foram uma realidade.

"se Kardec se fizera apóstolo pelo pensamento, de volta ele mesmo ao corpo, fez-se apóstolo pelo coração" (pág 33)
Os autores defendem a idéia de que Chico é Kardec.

"Os espíritos comuns que se serviam das faculdades de Chico ... contavam com sua benéfica interferência; com todo o respeito, eles não poderiam grafar páginas tão transcendentes..." (pág 34)
Os autores deixam claro a interferência de Chico em suas psicografias.

"começou a correr a notícia de que um rapazola semi-analfabeto, do interior de Minas Gerais, andava produzindo sonetos e poemas..." (pág 36) "Chico começou a psicografar aos 12 anos ... quando cursava o quarto ano fundamental" (pág 38)
Os autores contribuem para a criação do mito de que Chico era semi-analfabeto... é interessante que em outras passagens eles dizem exatamente o contrário.

"A mediunidade se encontra cada vez mais disseminada, embora somente na Doutrina ela possa ser exercida com real proveito" (pág 40) "O espírito bem intencionado quase que não está mais encontrando médium para trabalhar!" (pág 112)
A idéia da generalização da mediunidade é contraditória a idéia de que a mediunidade está acabando.

"Esses nossos irmãos terão que aprender a nos aguentar... mediunidade boa é tocada a chibata" (pág 79)
Para continuar seu trabalho os autores sugerem ignorar as críticas.

"Muito obrigado por você ter me espancado!" (pág 109)
Os autores pregam uma falsa moral ao dizer que deveríamos agradecer por alguém ter nos espancado.

"A escola não se opõe à matrícula das crianças cujos pais as geraram nesta dimensão" (pág 131)
Supõe-se que os espíritos procriam no plano espiritual... restaria explicar como isto se sucederia. Aliás, os autores afirma em uma ou mais passagens que os espíritos não tem sexo.

"há uma 'pedra-cristo', uma 'árvore-cristo', um 'peixe-cristo', um 'pássaro-cristo'" (pág 157)
Ao falar sobre os elementais os autores informam que para cada estágio da evolução do espírito existiriam seus cristos. Isto é, um humano poderia encarnar em uma árvore para ser o cristo das árvores. Esta parece ser uma teoria bem discutível.

"Para depois da Grande Transformação pela qual a Humanidade terrestre passará" (pág 161) "dezenas de crianças ... se corporificarão em vários pontos do Orbe ... não é criança da Terra" (pág 163)
Os autores apresentam a idéia discutível da preparação de espíritos mais evoluídos para efetuarem uma grande transformação na Terra.

"Concentre-se na direção do veículo; não estou para morrer de novo agora, por conta de acidente..." (pág 169)
Embora esta passagem tenha sido mais uma forma dos autores reafirmarem que o plano espiritual é muito parecido com o plano material, ela revela a falta de explicação sobre esta realidade. Afinal, os acidentes realmente poderiam acontecer? O espírito poderia 'morrer' e ir para um outro plano?

"Em uma espécie de desdobramento, transportei-me, deixando o meu corpo espiritual imóvel na cadeira ..." (pág 188)
Esta idéia da privação do corpo espiritual parece nova e não deve ter muitos adeptos.

"A Terra teria um 'perispírito', um 'corpo espiritual'" (pág 204)
A idéia de 'alma da Terra' não é nova, mas ainda é muito discutida.

"O espírito prosseguia calado, embora induzindo o médium a convulsionar-se na poltrona" (pág 243)
Parece ser exagerada a idéia de que possa haver uma possessão de um espírito por outro.

"Está uns 20 quilos mais magra, não é?" (pág 109)
É curiosa a idéia de que o espírito possa ter perdido algus quilos. Se a alma pode ser pesada ela não passaria de algumas gramas.

6 comentários:

  1. Não vou comentar todas as tolices que você escreveu, Vital, só uma: com base no que você faz esta afirmação: "Se a alma pode ser pesada ela não passaria de algumas gramas"? Você conhece as experiências de Sir William Crookes com o espírito Katie King, relatadas a The Royal Society?

    Calma, meu caro, você está enveredando pelo caminho de preconceitos e dogmas, de um fundamentalismo doutrinário impressionante.

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  2. Oi, Baracat!

    A idéia de que a alma poderia pesar algumas gramas vem de um artigo do início do século passado em que o autor identificou sensível diferença de peso no instante da morte de cachorros.

    Abraço!

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  3. O que o Dr. Inácio fala não é novo meu caro! Leia as obras de André Luiz!

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  4. a base de tudo é kardec fora disto é nao ha confirmação!! quem garante q tudo isto nao saiu da cabeça do bacelli?

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  5. A linguagem de um Espírito mensageiro (como é o caso do Dr. Inácio na obra) deveria se apresentar, no mínimo polida, sem rebuscamentos, mas também sem vulgarismos. Basta ler, além das obras da Codificação, as de Emmanuel, de Manuel Philomeno de Miranda, Joanna de Ângelis e André Luiz, Amélia Rodrigues. Só isso basta para desqualificar uma obra espírita séria. Além das incoerências expostas na análise acima. Parabéns Vital.

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  6. Livros como do Dr.Inácio ,é de fácil compreensão para os menos esclarecidos como você, lembremos que todas as coisas cooperam para o bem dos que amam a Deus,nem tudo deve ser levado ao pé da letra meus irmãos, nem a bíblia é levada ao pé da letra.O que leio é que como espírito ainda sim estamos nos reeducando a nossa condições do momento .Ele não é perfeito e deixa isso bem claro ,mas ama ser ao Senhor com alegria e amor.Acredito que tudo é permissão de Deus para externa a nossa lógica tão deficiência de amor.

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