Autor: Gerson Simões Monteiro
Editora: Novo Ser
Categoria: estudo
Edição: primeira (2011)
Proposta:
Convencer o leitor de que a reencarnação já está provada. Para tanto apóia-se na exposição de fatos e histórias, de narrativas bíblicas, e de idéias sobre a justiça da reencarnação.
Formato:
Tamanho pequeno para uma leitura bem rápida de mais ou menos duas horas. Possui um projeto gráfico bonito com ilustrações e fotos a cada um dos 28 capítulos.
Linguagem:
Simples, sem formalidades, e um pouco repetitiva. É também mais expositiva do que argumentativa.
Avaliação:
É um livro de conteúdo superficial. Pode ser lido por pessoas pouco familiarizadas com o Espiritismo e que queiram ter uma idéia básica da reencarnação. O autor se concentra em buscar argumentos no Evangelho, em histórias de meninos prodígio, em lembranças de vidas passadas, e em revelações dos espíritos.
Estes argumentos estão dispersos no livro de tal forma que não há uma sequência lógica eficiente. Talvez a intenção do autor fosse a de deixar a leitura o menos cansativa possível.
Há muitos textos repetitivos. Por exemplo, as estórias de meninos prodígio aparecem em pelo menos sete capítulos. E em nenhum deles o autor apresenta um estudo sobre as possíveis hipóteses para o fenômeno. Apenas contenta-se em afirmar que a genialidade só é possível pela hipótese reencarnacionista.
Os relatos de lembranças de vidas passadas também são superficiais, mas sugerem de forma mais convincente sobre a possibilidade da reencarnação. Por sua vez, as informações espirituais relatadas são as menos convincentes.
A impressão geral é a de um conjunto de artigos simples para divulgação para o público leigo. Ou seja, vale a pena ser lido por quem ainda não teve nenhum contato com a idéia da reencarnação.
Discussão:
Seguem abaixo algumas passagens:
Página 10 da Apresentação:
Eis por que aqueles que hoje levam a miséria a muitos dos seus irmãos em humanidade voltarão à Terra em condições de extrema pobreza. Aqueles que tiraram a vida de seus semelhantes reencarnarão amanhã, exibindo as chagas da hanseníase ou experimentando as dores do câncer.Visão muito determinista e pouco responsável. Não é razoável relacionar deterministicamente uma dada doença com um dado crime. As possibilidades são várias.
Página 29 do capítulo Existe explicação para a genialidade de Mozart:
Sem a reencarnação, não há como explicar a precocidade musical de Mozart e de tantas outras crianças relacionadas por Gabriel Delanne, além de sábios, pintores, poetas e literatos.Outras explicações existem sim! Se são mais convincentes ou não aí já é outra estória.
Página 40 e 42 do capítulo Os resgates coletivos:
É lógico que os espíritos desses guerreiros sanguinários, ao reencarnarem na Terra, em novos corpos, são atraídos por uma força magnética pelos crimes praticados coletivamente, reunindo-se em determinadas circunstâncias, para sofrerem "na pele", por meio de uma catástrofe, como a que aconteceu no Paquistão, o mesmo mal que fizeram às suas vítimas indefesas de ontem. (pag 40)A idéia do Deus vingativo do "olho por olho, dente por dente" não deveria ter mais espaço dentro do Espiritismo. A reparação de um crime não se faz com punição.
A propósito, há um ditado popular que diz: - "Aqui se faz e aqui se paga", e nós dizemos: "Aqui se faz e aqui se repara". (pag 42)
Página 82 do capítulo Aos dois anos de idade já sabia ler e escrever:
Antes de tudo, é preciso esclarecer que a Doutrina Espírita prova com evidências irrecusáveis que a inteligência é um atributo do espírito.Menos! Irrecusável é uma palavra muito forte. O corpo humano, que é a ferramenta do espírito, pode ser um entrave ou um potencializador da inteligência.
Página 87 do capítulo A tragédia do circo de Niterói:
E isso foi o que aconteceu no incêndio do circo, quando a Justiça Divina, através da reencarnação, reaproximou os responsáveis em diversas posições da idade física para dolorosa expiação, libertando suas consciências das culpas passadas.Primeiro: a participação numa determinada sessão de circo é totalmente casual. Segundo: um momento de dor não apaga facilmente a culpa em nossas consciências.
É interessante como algumas pessoas, participantes ativos do movimento espírita, as vezes se sentem tão seguras que nem se importam de usar um pouco de auto-crítica. Parece que essas pessoas tem necessidade de escrever, talvez com a intenção de obter algum destaque; e a verdade é que normalmente conseguem. O movimento está sempre aberto para incensar "escritores" com convites para palestras e participação em eventos. Mas se aparece alguém com um tema realmente importante, apresentado de maneira lógica e profunda, e que vá no sentido contrário das crenças, então o público fica logo entediado.
ResponderExcluirOla Vital
ResponderExcluirEu não entendi seu comentário na forma das últimas frases: 'a participação numa determinada sessão de circo é totalmente casual' e 'um momento de dor não apaga facilmente a culpa de nossas consciências'. Por favor, não me leve a mal, mas é que entendo que a 'casualidade' em um evento desses esconde condições ou efeitos que não apreciamos com suficiente entendimento. O grando filósofo David Hume dizia que o acaso não existe e esse é o ponto principal. Eventos considerados casuais são na verdade eventos planejados com antecedência segundo leis que não conhecemos. A DE apenas afirma que tais efeitos ocorrem sem especificar como. Com relação a questão do momento de dor, acho que o objetivo não é 'apagar a culpa das consciências' como vc coloca. De resto vc tem razão em criticar a maneira como é interpretada a lei de ação e reação por esse tipo de literatura. Gostaria de sugerir a vc a crítica de 2 livros clássicos sobre reencarnação recentemente editados no Brasil: 'Reencarnação, 20 casos' e 'Casos europeus' por I. Stevenson pela Ed. Vida e Consciencia. A dificuldade em se explicar sem a idéia da reencarnação os casos estudados por Stevenson deve ser considerada antes de se tentar 'explicar' esses fenômenos por multiplas teorias.
Concordo,o acaso não existe ou vc esta indo contra Kardek?!
Excluir@Ivomar
ResponderExcluirConcordo com você. Normalmente o estudo aprofundado e crítico não satisfaz o leitor comum. Este deseja apenas reforçar o que já aprendeu.
@Ademir
Por acaso estou nas últimas páginas do "Reencarnação: Vinte Casos" e devo publicar a análise no dia 15 de maio. Adianto que achei muito bom.
Com todo o respeito não consigo admitir a possibilidade de que haja um planejamento de anos para que dezenas de pessoas se encontrem num circo.
Quanto a questão do momento de dor e da culpa acho que talvez eu tenha me expressado mal. Na verdade, estou criticando o autor por justamente ter dito que "a dolorosa expiação [liberta] suas consciências das culpas passadas".
Abraços aos dois!
Mais uma ótima análise!
ResponderExcluirObrigado, Juliano!
ResponderExcluirSeu elogio nos deixa muito satisfeitos.
Abraço!
caro irmão em deus eu não mim digo que sou espírita mais creio no mundo deles pois eu vejo cada um e falo com eles não todas as horas mais sim quando estou querendo ajuda uma criatura que esta perturbando um em cara-nado pois trabalhei incorporada com um espírito no centro espírita mais quando este espírito viu uma pessoa pedindo dinheiro em seu nome ele terminou todo o trabalho nesta casa espírita.pergunto ate quando as pessoas vão fazer isto com os espíritos.o meu nome e tereza cristina moro em camaradibe pe.
ResponderExcluirOi, Tereza Cristina!
ResponderExcluirObrigado por compartilhar sua experiência mediúnica conosco.
Eu também ficaria muito aborrecido se alguém pedisse dinheiro em meu nome.
Abraço!
É possível analisar o livro " O que a Bíblia não fala sobre Jesus" , de Gerson Simões Monteiro?
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