Título: O pequeno laboratório de Deus
Autor: Hermínio C. Miranda
Editora: 3 de outubro
Categoria: biografia
Proposta:
O livro é a biografia de George Washington Carver, um negro americano, filho de escravos, que se tornou um grande cientista da área agrícola. Hermínio Miranda nos apresenta em sua obra a trajetória de humildade e perseverança deste homem que, sabendo que Deus tinha planos para ele, viveu para servir a sua gente, os negros pobres dos Estados Unidos. A história se passa no final do século XIX e início do século XX.
Formato:
O livro tem tamanho 15,5cm por 22,5cm e possui um total de 310 páginas. Ele é dividido em introdução mais seis capítulos que discorrem sobre a vida de George Carver, desde sua infância até a velhice. Cada capítulo é dividido em pequenos trechos numerados, cada um com média de cinco páginas, que facilitam a leitura. Ao meio do livro há um caderno de imagens sobre George Carver. As letras são de tamanho grande e o espaçamento entre linhas confortável. É um livro para se ler em aproximadamente seis horas.
Linguagem:
A linguagem é simples, o autor escreve como se estivesse batendo um papo com o leitor sobre a vida de George Carver, o que faz com que a leitura flua de modo bastante natural. O autor às vezes exagera em suas explicações e chega a ser um pouco prolixo. Mas isso não compromete a qualidade da obra. De forma geral, trata-se de um bom livro, de linguagem acessível e leitura agradável.
Avaliação:
Embora Hermínio Miranda seja um autor conhecido no meio espírita, não se pode dizer que o livro O pequeno laboratório de Deus seja exatamente uma obra espírita. Aliás, justiça seja feita, o autor não afirma ser um livro espírita em momento algum. Trata-se, de forma mais precisa, da biografia de George Washington Carver, um negro filho de escravos que se tornou um renomado cientista do ramo agrícola nos Estados Unidos.
George Carver foi uma pessoa dotada de extrema humildade. Conforme escreve o próprio autor, "não cortejou a fama, não buscou a glória e jamais cogitou de passar por herói". Trabalhou ao longo de toda sua vida e perseguiu os estudos com muita força de vontade. Não teve oportunidades além daquelas que conquistou para si mesmo. Seu objetivo era o de se educar e se desenvolver para ajudar os negros pobres dos Estados Unidos, recém saídos do regime de escravidão, desqualificados para o trabalho e relegados às margens da sociedade. Ao conversar com Deus durante as atividades em seu pequeno laboratório de flores, sementes e plantas, alcançou grande sucesso profissional, atingiu o objetivo de ajudar seus semelhantes e colocou, de fato, seu nome entre os de outros grandes cientistas americanos.
Apesar de não ser exatamente uma obra espírita, como já dito, o autor não deixa de acrescentar boas pinceladas de espiritualidade à biografia. Não se podia esperar algo diferente de Hermínio Miranda. É interessante ler uma biografia escrita por alguém como ele, que tem grandes conhecimentos do mundo espiritual. Só um autor assim poderia passar aos leitores uma visão tão ampla sobre George Carver. Em sua obra são realçadas características de personalidade tais como humildade, valores éticos e caridade. Conforme menciona o próprio autor, o doutor Carver era "convicto de que, ao enviá-lo para a vida, Deus tinha planos a respeito dele". E, pelo que se lê no livro, ele realmente perseguiu tais planos com grande sabedoria ao longo de toda sua trajetória. Excelente biografia.
Discussão:
Abaixo alguns trechos interessantes do livro:
Página 143 do capítulo Ascensão:
Uma dessas interferências enigmáticas ocorreu quando ele estava tentando produzir as lixas de que necessitava para certos trabalhos de laboratório. Certa noite, deitou-se para dormir e sonhou. No sonho, ele via uma oficina ambulante, onde um homem estava colocando roda num veículo. O professor, sempre em sonho, aproximou-se e perguntou se ele sabia fazer lixa.
- Sei - foi a resposta. (...) Está tudo certo. A única coisa que faltou é que você não ferveu a areia.
E, assim, ao acordar, pela manhã, o professor Carver estava com o problema das lixas resolvido.
Página 162 do mesmo capítulo:
É que o professor nunca se preocupou em saber em que igreja estava entrando - ele sabia que Deus estaria em qualquer delas se estivesse também no coração da gente.
Página 169 do mesmo capítulo:
Não era essa, contudo, a convicção do professor Carver. Ele pensava justamente ao contrário, que a ciência cada vez mais nos aproxima de Deus, porque confirma sua sabedoria e revela os mistérios das coisas que ele criou e as leis que fazem o universo funcionar.
Página 189 do mesmo capítulo:
O jeito era transferir a pergunta para o seu confidente secreto. Por que Deus havia feito o amendoim? E para quê? Retirou-se mais uma vez para o seu laboratório, a "Pequena Oficina de Deus", pois era ali que ele conversava com o Criador de todas as coisas, inclusive do amendoim.
Página 280 do capítulo Consagração:
Mas, de longa data, ele se habituara aos preconceitos do seu tempo e de sua gente. Estava certo de que essa prática resultava de certa miopia espiritual, da qual todos ficariam curados um dia, no futuro. O importante para ele, Carver, era não se deixar envenenar pelo ódio, que parece nunca ter encontrado espaço em seu coração generoso.
Olha só, Adriano!
ResponderExcluirPara minha surpresa ainda hoje estive no mutirão do clube do livro de São Carlos ensacando qual livro? adivinha? é... é esse mesmo: O pequeno laboratório de Deus!
Muito legal!
Este comentário foi removido pelo autor.
Excluirhahaha, legal!
ResponderExcluirExcelente livro! Hermínio soube retratar muito bem a genialidade e humildade desse magnífico mestre chamado George W. Carver. Leitura recomendada. Abraço
ResponderExcluirCarver, ciente de que estava por aqui a serviço de Deus, assim como o nosso excepcional Hermínio, que esparrama verdades e põe sob a luz aquilo que está adormecido e/ou oculto.
ResponderExcluirÉ tocante quando encontramos pessoas que, conscientes de serem instrumentos de Deus, buscam cumprir suas tarefas de maneira tão digna e efetiva...
Aziz Hussni 15/07/2012
melhor livro que ja li adoro ler
ResponderExcluirnão digo que seja o melhor, mas com certeza um dos melhores livros que já li, emocionante, cativante, maravilhoso, pena que parece que nossos heróis não são tão bem retratados o conhecidos, como foi o caso de Carver...
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